Cases de sucesso do programa Brasil Mais Produtivo são apresentados em Rondonópolis
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Rondonópolis recebeu, nesta terça-feira (05.08), a edição regional do Road Show Brasil Mais Produtivo (B+P), reunindo empresários, lideranças e especialistas para debater como pequenas mudanças de processo podem gerar grandes resultados para a indústria. O encontro, realizado na sede do Senai no município, apresentou conceitos, dados e cases de sucesso do programa, que já ajudou milhares de empresas em todo o país a aumentarem sua produtividade com baixo investimento.
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O diretor regional do Senai MT, Carlos Braguini, destacou que o desafio de manter a força de trabalho produtiva é global e que o B+P traz ciência e método para dentro das indústrias.
“A indústria se torna mais forte quando olha com consciência para desperdícios, tempos de máquina, manutenção e movimentação desnecessária de pessoas. Programas como o Brasil Mais Produtivo colocam técnica e método para apoiar as empresas a aumentar sua competitividade, melhorar remunerações e capacitar os colaboradores para crescerem em suas carreiras”, afirmou.
Para o vice-presidente da Fiemt, Wagner Gasbarro, o B+P é uma oportunidade concreta de modernizar processos e reduzir custos.
“O Sistema Fiemt – com o Sesi, o Senai e o IEL – oferece soluções integradas em qualificação, tecnologia e gestão. Esse programa é mais um exemplo de como podemos apoiar os empresários a fazer mais com menos, transformando desafios em ganhos reais de produtividade”, disse.
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Sebrae MT, Gilson Iwasaki
O gestor estadual de Agentes de Mercado do Sebrae MT, Gilson Iwasaki, ressaltou que a inovação é a resposta à falta de mão de obra, um dos grandes gargalos da competitividade no estado. “O empresário pergunta: como aumentar a produção se não há mais trabalhadores disponíveis? A solução é otimizar o que já existe. Pequenos ajustes podem gerar ganhos reais e surpreendentes na produtividade. O Brasil Mais Produtivo ajuda a encontrar e aplicar essas melhorias”, explicou.
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do Departamento Nacional do Senai, Thais Larcher
O gerente do Instituto Senai de Tecnologia (IST), Robson Geminiano, lembrou que o programa começou em 2016 e agora integra a Nova Indústria Brasil. Em 2024, em Mato Grosso, 174 indústrias foram atendidas.
A especialista em transformação digital e inovação do Departamento Nacional do Senai, Thais Larcher, apresentou os quatro pilares do programa – manufatura enxuta, eficiência energética, educação e transformação digital – e convidou os empresários a se cadastrarem na plataforma do B+P para acessar novos serviços e consultorias.
Custo Mato Grosso: um peso de R$ 38,5 bilhões no PIB
Durante o evento, a gerente do Observatório de Mato Grosso e diretora executiva do Movimento Mato Grosso Competitivo (MMTC), Vanessa Gasch, apresentou o estudo Custo Mato Grosso, que revela perdas anuais de R$ 38,5 bilhões – o equivalente a 14% do Produto Interno Bruto estadual – causadas por ineficiências logísticas, entraves tributários, deficiências de infraestrutura e baixa integração das cadeias produtivas.
Segundo ela, esse valor representa recursos que deixam de circular na economia, resultando em menos investimentos, empregos e arrecadação.
“Esse valor está sendo jogado fora. Precisamos enfrentar esses gargalos para que a indústria avance e gere ainda mais riqueza e empregos no estado”, alertou.
Vanessa destacou que, embora o cenário apresente desafios significativos, Mato Grosso também possui oportunidades únicas para se posicionar como protagonista no cenário nacional. O estado lidera a produção agropecuária, possui crescente diversificação industrial e já atrai investimentos relevantes em bioenergia, logística e transformação de produtos de origem agroindustrial.

Cases de Sucesso
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Durante o evento, empresário que já passaram pelo programa compartilharam suas experiências:
Gandolfi Indústria – O empresário Cícero Gandolfi, de Primavera do Leste, apresentou os resultados obtidos após a participação no Brasil Mais Produtivo. A consultoria identificou perdas significativas de tempo no processo produtivo devido a paradas frequentes. Em alguns casos, um procedimento que poderia levar três horas demorava até sete, comprometendo a produtividade. Após o diagnóstico, foram implementadas soluções como gestão visual, elaboração de procedimentos operacionais e balanceamento de carga. O ganho global foi de 36% na produtividade, sem necessidade de investimentos financeiros, e com economia mensal de R$ 2,4 mil apenas em custos de mão de obra.
“O maior desafio é a adesão do colaborador. Implementar e seguir as mudanças exige comprometimento de todos”, afirmou Gandolfe.
Supreme Artefatos de Concreto – O empresário Felipe Leite, de Rondonópolis, relatou que o principal problema identificado na empresa era a movimentação excessiva de colaboradores, que percorriam longas distâncias para buscar insumos, resultando em perda de tempo e fadiga. Com a consultoria, foi possível reorganizar o layout e otimizar o fluxo produtivo, alcançando um aumento global de 44% na produtividade.
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“O gestor muitas vezes não tem tempo para esse olhar técnico. O Brasil Mais Produtivo trouxe especialistas que mostraram onde estavam os gargalos e como eliminá-los”, disse Leite.
Inox Tradição e Calhas São José – A empresária Crisdaiany Borgeo, de Rondonópolis, contou a história da empresa fundada pelo avô há 50 anos, a Calhas São José, e, mais recentemente, a criação da Inox Tradição para atender à construção civil. Ao participar do programa, identificou gargalos na produção da Inox Tradição e a necessidade de consolidar a marca e fortalecer sua presença digital. As ações implementadas resultaram em maior visibilidade no mercado.
“Não conseguimos visualizar todos os problemas sozinhos. A equipe técnica faz o diagnóstico e aponta as soluções, ajudando a melhorar tanto a operação quanto a imagem da empresa”, destacou Crisdaiany.
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B+P
O Brasil Mais Produtivo é uma iniciativa coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). A execução é feita pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Texto e fotos: Ana Rosa Fagundes